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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Carnes

As carnes são definidas como todas as partes comestíveis do animal, compreendendo os tecidos musculares, conjuntivos e adiposos. São fontes de proteínas, minerais, vitaminas. O teor de lipídeos difere entre os cortes e tipos de carne. 

Podem ser consumidas diretamente ou como ingredientes em diversas preparações, tais como massas, saladas, pratos à base de cereais ou leguminosas. Podem também ser classificadas pela sua origem (bovina, vitela, suína, caprina, ovina, coelhos, caça, frango, galinha, peru, pato, peixes, entre outros), pelo teor de gordura (gordas ou magras) e pela coloração (vermelhas ou brancas).


Ao adquirir uma carne, devem ser observadas as condições de armazenamento e exposição do produto, pois é necessário sempre um ambiente com temperatura controlada, refrigerado ou congelado, no caso. A coloração, textura e odor são critérios importantes para serem observados, uma vez que sua alteração indica deterioração do produto. 

Bife à milanesa e grelhado foram preparados no laboratório para medição do índice de conversão.






Índice de Conversão: Carnes

No laboratório de Técnica Dietética, da Faculdade de Saúde Pública, foi testado um corte bovino, que foi preparado em bife grelhado e à milanesa para comparar o índice de conversão entre essas diferentes preparações. Foi possível observar a perda de peso que ocorre após o descongelamento, decorrente da perda do suco, o qual é um fatore importante a ser observado no momento da compra e na sua forma de preparo.

Carne congelada: 328,14g
Carne descongelada: 300,39g

FC = 328,14 / 300,39
FC = 1,09


Bife grelhado
Bife à milanesa
Peso líquido (g)
147,64
152,75
Peso pronto (g)
111,83
177,00
Índice de Conversão (IC = peso pronto / peso cru )
1,32
0,86

Com isso, é possível concluir que o bife à milanesa, por conter uma camada de “proteção” não permite que o alimento perca peso e suculência após sua preparação, diferente do bife que foi apenas grelhado. A camada de amido (da farinha de trigo) e de proteína (do ovo) formam um filme que evita a perda de líquidos.


Receita: Bife à milanesa

Ingredientes:

500 kg de bife de alcatra
3 ovos
Farinha de trigo
Farinha de rosca
Sal e pimenta para temperar

Modo de preparo:

Bata os ovos com o auxilio de um fouet (fuê) e reserve em um prato. Tempere os bifes.

Coloque a farinha de trigo em um prato e a farinha de rosca em outro.Passe os bifes na farinha de trigo, depois nos ovos batidos e, por fim, na farinha de rosca.

Frite em óleo bem quente até dourar. Ao retirar da frigideira, pode-se colocar os bifes em um prato com papel absorvente para retirar o excesso de gordura.


Fonte: Laboratório de Técnica Dietética da Faculdade de Saúde Pública

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Pigmentos e a influência do pH

Pigmentos são os compostos químicos responsáveis pelas cores das plantas ou animais. Os pigmentos agem absorvendo seletivamente partes do espectro e refletindo as outras. As cores dos vários tecidos vegetais devem-se à reflexão de comprimentos de ondas característicos de cada pigmento natural, que lhe confere a característica de cor específica e podem ser comuns às várias espécies. 


Experimento realizado no laboratório, utilizando repolho e brócolis. Ambos foram cozidos em diferentes níveis de pH.

Quase todos os pigmentos naturais presentes nos alimentos possuem estruturas complexas com diferentes grupos. Os principais tipos de pigmentos naturais estão agrupados pelo tipo de estrutura básica em: Porfirinas, Betalaínas, Flavonóides (Antocianinas, Antoxantinas e Leucoantocianidinas ou Proantocianidinas), Taninos e outros pigmentos como Quinonas, Polifenóis, entre outros. Clorofilas são pigmentos verdes característicos dos vegetais.

A cor também pode ser um forte indício, no caso de frutas e verduras, de que estas podem ou não estar maduras e prontas para o consumo, além de que, várias espécies vegetais indicam seu grau de perigo, pela cor emitida.

Os pigmentos que conferem coloração a alguns vegetais como a betalaína da beterraba, a clorofila do espinafre, a antocianina da uva e a flavona da batata, são susceptíveis a mudanças em meios de pH ácido ou básico.

É possível observar essas informações através das tabelas a seguir:

Tabela 01: Influencia do ph em diferentes amostras de vegetais
Vegetal
Pigmento
Coloração
Controle
Coloração
meio ácido
Coloração
meio básico
Beterraba
Betalaína
Roxo
Vermelho escuro
Marrom amarelado
Espinafre
Clorofila
Verde
Amarelo
Verde brilhante
Uva(suco)
Antocianina
Roxo
Rosa
Verde azulado
Batata
Flavona
Amarelo
Branco
Verde
Repolho roxo
Flavonóides
Roxo
Rosa
Verde escuro
Fonte: Relatório para a disciplina de Bioquímica de Alimentos, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. 2009.

Tabela 02: Pigmentos, alimentos e as mudanças de cor pelo pH do meio
Pigmentos
Alimentos
Cor natural
Com em meio ácido
Cor em meio básico
Betalaína
Beterraba
Roxo
Vermelho azulado
Azul
Carotenóides
Cenoura, manga, gema do ovo, milho, tomate, melancia
Amarelo, laranja, vermelho
Estável (as vezes vermelho)
Não altera
Clorofilas
Vegetais de folhas verde, vagens
Verde
Verde oliva
Verde brilhante
Flavonóides
(antocianina)
Cereja, uva, morango, feijão, romã
Púrpura ou violeta
Vermelho
Azul ou roxo
Flavonóides
(flavonas e flavonóis)
Batata, repolho branco, couve flor, cebola
Branca, quase incolor
+branco
Amarelo
Fonte: Laboratório de Técnica Dietética, da Faculdade de Saúde Pública


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Indicador de reidratação



O Indicador de Reidratação (IR) é geralmente, utilizado para cereais, leguminosas e alimentos de remolho (imersos em água). Quanto maior o tempo de reidratação, menor o tempo de cocção. O alimento que fica de remolho, ganha peso devido à hidratação.

Para calcular o IR utiliza-se a seguinte fórmula:

IR= Peso do alimento reidratado (g)/ peso do alimento seco (g)



No Laboratório de Técnica Dietética da FSP/USP, foi realizado o experimento com o feijão, observando o peso e volume inicial, peso e volume após o remolho de 20 minutos com água fervida, peso e volume final após cocção de 20 minutos.

O remolho em água fervida foi realizado para agilizar o processo de hidratação, geralmente o alimento seco permanece em remolho durante algumas horas.

Peso inicial do feijão (alimento seco): 200g
Peso após 20 minutos de remolho em água fervida (reidratado): 349,05g
Peso após 20 minutos de cocção: 491,5g
Quantidade de água: 1 L
Para cálculo do IR do feijão:
IR= 349,05g/200g
IR= 1,74

O peso do feijão, desconsiderando o caldo, após a hidratação e cocção aumentou em 2,5 vezes aproximadamente. Essa informação auxilia no planejamento de cardápios e previsão de compra de ingredientes. Por exemplo, se um restaurante atende 100 pessoas por dia e a porção de feijão cozido servida é de 55g por pessoa, quanto de feijão cru é utilizado diariamente?

55g feijão cozido per capita/2,5 = 22g de feijão cru per capita
22g de feijão cru x 100 pessoas= 2,200kg

Portanto, no restaurante utiliza-se diariamente 2,2kg de feijão cru. 

 
No procedimento em laboratório, foi utilizado bicarbonato de sódio a
fim de diminuir o tempo de cozimento.


É importante salientar que antes de em remolho é necessário que as leguminosas sejam lavadas. Após algumas horas de remolho o alimento deve ser cozido na própria água, a fim de evitar perdas das substâncias e pigmentos que tenham se dissolvido durante o remolho. Em determinadas dietoterapias, quando há redução de ingestão de potássio, como exemplo a dietoterapia para pacientes com Doença Renal Crônica, a água do remolho deve ser desprezada.


Na fervura inicial das leguminosas, formam-se camadas superficiais de espuma, que diminuem com o acréscimo do sal de cozinha e gordura. Entretanto, indica-se que o sal e os temperos sejam acrescentados após o cozimento. A presença de sal, gordura e outros elementos interferem no cozimento do grão; o sal endurece os grãos interferindo na gelatinização do amido impedindo abrandamento das fibras. Já utilização de bicarbonato de sódio diminui o tempo de cozimento do grão. 



Fontes:
Domene, SMA. Técnica Dietética. Teoria e aplicações. Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2011
Ornelas, LH. Técnica Dietética. Seleção e preparo de alimentos. Atheneu, 8° ed. São Paulo, 2007
Philippi, ST. Nutrição e Técnica Dietética. Manole, 2ºed. São Paulo, 2006