A história do chá (infusão/decocção) começou na China a muitos séculos atrás. Segundo a lenda, em 2737a.C. o imperador chinês Shen Nung estava sentando sob uma árvore enquanto seu servo fervia água, quando algumas folhas da árvore caíram na água. O imperador, sendo fitoterapeuta renomado, decidiu provar a infusão criada acidentalmente. A árvore era de Camellia sinensis, e a bebida resultante é atualmente conhecida como chá. Não há como saber se esta história de fato ocorreu, entretanto, a bebida se estabeleceu no país muitos séculos antes mesmo que se ouvisse no Ocidente. (1, 2)
No Brasil seu uso teve inicio com os índios, e foi influenciado pelos africanos e europeus, que na época da colonização o utilizavam recorrentemente para fins medicinais. Tais saberes quanto às propriedades medicinais foram transmitidos entre as gerações e, atualmente, muitos destes foram reconhecidos cientificamente, porém ainda há muitos a serem descritos. (3)
Na Grã-Bretanha, o chá foi introduzido pela princesa Catarina de Bragança, que desde sua infância, em Portugal, gostava da bebida e acabou por leva-lá ao reino Inglês. Desde então, esteve presente em importantes momentos, fazendo parte da construção da cultura do país, como se observa com o advento das festa do chá (século XVII), estando presente em festas de famílias ricas, e posteriormente passando a ser habitualmente consumido durante o “chá da tarde” (século XIX). (1,2)
A palavra “chá” é comumente utilizada erroneamente para designar bebida feita com água fervente e vegetais, no entanto, “chá” corresponde ao nome dado à bebida preparada a partir do vegetal chamado Camelia sinensis, conhecido como chá verde. Desta forma, bebidas preparadas com outros vegetais devem ser denominados como “infuso” e “Decocção”. (4)
INFUSÃO
A infusão ou maceração em água quente, consiste na preparação líquida na qual a água fervente é vertida sobre a erva fresca ou seca, em seguida é deixada tampada e em repouso por tempo determinado (de acordo com a erva e/ou especiaria utilizada) sendo consumida em seguida. Esta técnica é indicada para ervas que não liberam seus componentes ativos em baixas temperaturas, mas que não podem ser fervidas, pois, dessa forma, podem perder suas propriedades. Portanto, é utilizado em ervas que apresentam consistência menos rígida tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou que contenham substâncias ativas voláteis. (4,5).
DECOCÇÃO
A decocção, por sua vez, consiste na fervura por tempo determinado de ervas frescas ou desidratadas em liquido extrator ou água potável. Esta técnica é indicada para ervas que tenham consistência rígida, como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas. (4, 5).
MACERAÇÃO COM ÁGUA
Já a Maceração com água, consiste no contato da erva com água à temperatura ambiente, por tempo determinado (de acordo com a erva empregada). Esta técnica é indicada para ervas que possuam substâncias que são extraídas com o aquecimento. (5)
OBSERVAÇÕES
É importante ressaltar que ervas secas possuem características diferentes das ervas frescas (utilizadas no preparo de infusões/decocção e como tempero), pois estas possuem maior teor de água, menor teor de compostos ativos. Elas devem ser armazenadas em sua embalagem original (para evitar o contado com o oxigênio e consequentemente favorecer a conservação de seu aroma). (4).
É recomendável que seja ingerida logo após o preparo, porém pode ser utilizada em até 24 horas; sendo importante verificar a impossibilidade do consumo de determinadas ervas por indivíduos que apresentem especificações em decorrência de alguma doença, como se observa quanto à ingestão de infusão de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) por indivíduos que apresentem cálculos biliares, irritação gástrica e hipertensão arterial. (4,5).
REFERÊNCIAS:
(1) UK Tea and Infusions Association. A social history of nation’s favourite drink. Disponível em: <http://www.tea.co.uk/a-social-history>. Acesso em 20 de Julho de 2015.
(2) UK Tea and Infusions Association. Tea - A brief history of the nation’s favourite beverage. Disponível em: <http://www.tea.co.uk/tea-a-brief-history>. Acesso em 20 de Julho de 2015.
(3) Rezende, HA; Cocco, MIM. A utilização de fitoterapia no cotidiano de uma população rural. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 36, n. 3, p. 282-288, Sept. 2002 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342002000300011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 20 Julho de 2015.
(4) Fitoterapia & Terapia Complementar. Chás - Conceito e Modo de Preparo. Disponível em: <http://www.fitoterapia.com.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=138> Acesso em 19 de Julho de 2015.
(5) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira. 1 ed. 2011. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/conteudo/Formulario_de_Fitoterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf> Acesso em 19 de Julho de 2015.
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